A Alma do Cristianismo: Entre o Coração e o Intelecto
Na obra “O Sublime Peregrino”, Ramatís, psicografado por Hercílio Maes, traz um olhar atento sobre a fundação do Cristianismo, destacando o papel crucial da fé, da simplicidade e da humildade na consolidação da mensagem de Jesus. Através da análise da citação apresentada, podemos desvendar os princípios norteadores da estratégia divina para o estabelecimento dessa nova doutrina.
A Primazia do Sentimento Puro
Ramatís enfatiza que, em seus primórdios, o Cristianismo necessitava de “sentimento puro”, de uma fé inabalável e de corações humildes e receptivos. Essa ênfase na emoção, em detrimento do intelecto analítico, era fundamental para garantir a rápida disseminação da mensagem de Jesus, evitando debates estéreis e dúvidas que poderiam enfraquecer a fé dos primeiros seguidores.
Ao invés de intelectuais céticos, Jesus escolheu pescadores, camponeses e outros indivíduos simples e autênticos, cujos corações estavam abertos à mensagem de amor e redenção. Eram como crianças em sua pureza e ingenuidade, receptivas ao novo sem questionamentos.
A Força da Simplicidade
A escolha de discípulos humildes e simples demonstra a sabedoria de Jesus em reconhecer o poder transformador da fé autêntica, livre de dogmas e preconceitos. A simplicidade de seus seguidores era o solo fértil onde a semente do Cristianismo poderia brotar e florescer.
Essa simplicidade se manifestava não apenas na origem social dos discípulos, mas também na forma como Jesus transmitia seus ensinamentos. Através de parábolas, histórias e exemplos práticos, ele conectava-se com o povo em um nível emocional profundo, tornando sua mensagem acessível e compreensível a todos.
A Jornada do Intelecto
Com o passar do tempo, à medida que o Cristianismo se consolidava, a mensagem de Jesus se expandiu para alcançar também os intelectos mais aguçados. Paulo de Tarso, com sua vasta bagagem cultural e capacidade de argumentação, foi fundamental para levar o Evangelho aos centros de poder e conhecimento do mundo antigo.
No entanto, Ramatís adverte que essa abertura ao intelecto também trazia consigo o risco de desvios da mensagem original. Para evitar que o Cristianismo se tornasse uma doutrina elitista e dogmática, figuras como Francisco de Assis surgiram para reavivar a chama da simplicidade, da humildade e do amor incondicional.
Um Equilíbrio Essencial
O relato de Ramatís nos convida a refletir sobre a importância de um equilíbrio entre fé e razão no caminho espiritual. O Cristianismo, em sua essência, pulsa com a força do amor e da compaixão, sentimentos que transcendem a lógica e o intelecto.
Ao mesmo tempo, o intelecto tem um papel crucial na análise crítica dos dogmas e na busca por um conhecimento mais profundo da verdade. A verdadeira fé não se baseia em cegueira, mas sim em uma convicção genuína que se fortalece com o estudo, a reflexão e o discernimento.
Aprendizados para a Vida Moderna
Na sociedade moderna, onde a racionalidade e o cientificismo predominam, a mensagem de Ramatís nos convida a resgatar a importância da fé e da emoção em nossas vidas. O amor, a compaixão e a humildade são valores essenciais para a construção de um mundo mais justo, fraterno e sustentável.
Ao buscarmos o equilíbrio entre fé e razão, entre emoção e intelecto, podemos trilhar um caminho mais autêntico e significativo em nossa jornada espiritual, contribuindo para a construção de uma sociedade mais humana e compassiva.
A fundação do Cristianismo, narrada por Ramatís, revela a sabedoria sobre a natureza humana e o poder transformador da fé. Ao escolher os simples e humildes como pilares de sua mensagem, Jesus lançou as bases para uma doutrina universal de amor, redenção e esperança. A jornada do Cristianismo, desde seus primórdios até os dias atuais, nos ensina a importância de cultivarmos a fé em nossos corações, sem deixarmos de lado o discernimento e a busca por conhecimento. É nesse equilíbrio entre emoção e razão que encontramos o verdadeiro caminho para a realização pessoal e a construção de um mundo melhor.